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Foto do escritorRui Martins

Comunicando Saúde: Desvendando os impactos e desfrutando dos benefícios para o bem-estar global

A comunicação de saúde desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar e na construção de uma sociedade saudável. Uma abordagem abrangente desta comunicação desdobra-se em vários eixos cruciais, incluindo políticas públicas, promoção e educação em saúde, parcerias estratégicas e uma eficaz comunicação.

 

Definida pela OMS como o “estado de completo bem-estar físico, mental e social”, incluindo a qualidade de vida de uma pessoa, a saúde e a doença estão em constante estado de mudança.

 

De acordo com a Constituição da República Portuguesa, artigo 64.º, n. 1. “Toda a pessoa tem direito à proteção da saúde e o dever de defendê-la e promovê-la”. O direito à proteção da saúde concretiza-se, segundo o artigo 64.º, n.º 1, alínea a) “através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito”.

 

No entanto, as políticas de saúde portuguesas da última década enfraqueceram gradualmente o serviço nacional de saúde, conduzindo a graves problemas de acesso e tratamento de cuidados de saúde, levando os cidadãos a procurar alternativas aos cuidados primários e ao tratamento em hospitais privados - que já se encontram numa situação de saturação de respostas – pelas suas crescentes necessidades de saúde, representando um custo muito elevado e incomportável para os cidadãos e famílias.

 

Reverter urgentemente esta situação é fundamental para promover uma sociedade mais saudável, mais produtiva e competitiva.

 

Um desafio complexo que implica o envolvimento de múltiplos stakeholders

 

Sendo da responsabilidade do Estado assegurar o financiamento da prestação de serviços de saúde, mais do que a sua gestão, cabe aos restantes intervenientes como utentes, doentes, associações de doentes, sindicatos, ordens e sociedades médicas, fornecedores, parceiros, políticos, empresas, meios de comunicação social, academia, entre outros, promoverem uma cultura colaborativa e cooperativa sobre como as pessoas entendem a saúde e a doença.

 

Estratégias de comunicação integradas nas políticas de saúde têm um maior potencial de impactar a consciencialização, a prevenção e o acesso a serviços essenciais, moldando assim a saúde da população.

 

O envolvimento de múltiplas partes interessadas na promoção e educação em saúde visam desempenharam um papel crucial na prevenção de doenças e na melhoria dos estilos de vida. Campanhas de comunicação dirigidas a grupos específicos ou de risco ou à população em geral abordando questões desde a alimentação saudável, prática regular de exercícios ou vacinação, influenciam positivamente os comportamentos de saúde,

 

É neste contexto de coresponsabilização que as Parcerias Estratégicas, criando sinergias para enfrentar desafios complexos entre setores público e privado, organizações não governamentais e a comunidade em geral são vitais para o sucesso das iniciativas de saúde. Incrementa-se desta forma a gestão e recursos, eficiência e a eficácia das mesmas.

 



Incorporação dos determinantes sociais de saúde nas políticas e comunicação de saúde

 

Os determinantes sociais da saúde referem-se às condições sociais, económicas e ambientais que influenciam a saúde das populações. Vão além dos fatores individuais e incluem elementos como acesso a serviços de saúde, educação, emprego, condições de habitação e padrões de rendimento.

 

Estes determinantes sociais desempenham um papel crucial na criação de desigualdades em saúde, uma vez que determinam quem tem acesso a recursos que promovem uma vida saudável e quem enfrenta obstáculos para alcançar bem-estar. Uma abordagem inclusiva dos determinantes sociais da saúde reconhece a importância de enfrentar as disparidades sociais para melhorar a saúde global das comunidades.

 

 

O papel da comunicação na tomada de decisão informada sobre saúde

 

A Comunicação em Saúde desempenha um papel crucial na promoção da compreensão, educação e da tomada de decisões informadas por parte dos indivíduos. Uma comunicação eficaz em saúde é essencial para melhorar os resultados clínicos, promover a prevenção de doenças e garantir o acesso equitativo aos serviços de saúde.

 

É essencial proporcionar a máxima satisfação ao utente, doente ou paciente, atendendo às suas necessidades de acesso, prevenção, tratamento e promoção da saúde, proporcionando-lhe os serviços de qualidade e excelência clínica a que tem direito, seja nos serviços públicos ou privados. Este é um fator determinante tanto do ponto de vista social como económico na senda do bem-estar e da produtividade, e de comunidades saudáveis.

 

Neste âmbito, importa salientar que Portugal é o segundo país com a maior taxa de envelhecimento da população na União Europeia. Estima-se que em 2050 a percentagem de pessoas com mais de 65 anos rondará os 30%, fazendo com que estes fatores demográficos acrescentem desafios ao SNS, privado e social, bem como à nossa economia, ao sistema de proteção social e à sociedade em geral.

 

Perante este desafio, a atual Estratégia Europeia de Cuidados de Saúde visa assegurar serviços de cuidados que coloquem as pessoas em primeiro lugar, desde a infância até à velhice. A nível nacional, integrar os cuidados de saúde primários e hospitalares, promovendo a utilização racional destes últimos, através de uma aposta estratégica na prevenção e promoção da saúde através dos primeiros, é um fator crítico da sustentabilidade do próprio sistema para que todos tenham acesso a cuidados e serviços de saúde.

 



Promoção da saúde no local de trabalho

 

A promoção da saúde física e mental no local de trabalho é crucial para o bem-estar geral dos colaboradores e tem um impacto significativo na produtividade e no desempenho profissional. Vários estudos e práticas empresariais destacam a importância desta abordagem holística para garantir um ambiente de trabalho saudável.

 

A promoção da saúde física e mental no local de trabalho não apenas beneficia os colaboradores individualmente, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais positivo e produtivo. Empresas que reconhecem e investem no bem-estar de seus funcionários colhem os frutos de uma força de trabalho saudável e envolvida. Leia mais neste artigo.

 

 



Comunicação em saúde: por que e para quê?

 

“Relações Públicas são acerca de contar histórias e ajudar uma organização a contar a sua história.” - Nancy Schwartz. Como refere Schwartz, esta é uma área fundamental para que os clientes se envolvam através de momentos de interação com a organização de uma forma que os deixe felizes e os incentive a tornar-se evangelistas da marca.

 

É neste contexto que surge a comunicação em saúde, centrada na influência social e nos esforços para compreender como as mensagens e campanhas podem ser implementadas e melhoradas, levando a mudanças nos comportamentos saudáveis entre grupos específicos ou na sociedade em geral.

 

A comunicação em geral, e a comunicação em saúde e o marketing social de saúde em particular, têm a responsabilidade, em estreita colaboração com diferentes entidades do sector da saúde e/ou por ela impactadas, de desenvolver intervenções que visem a melhoria da saúde física e mental com resultados positivos numa diversidade de contextos, como campanhas de proximidade em saúde, relações serviço-paciente, comunicação científica, organizações e uso de tecnologias como telemedicina ou inteligência artificial (IA).

 

Este é o seu objetivo final, dada a pressão para resolver problemas alarmantes como o tabagismo, o alcoolismo e o abuso de outras substâncias, os maus hábitos alimentares/nutricionais e de atividade física, e as doenças transmissíveis, entre outros.

 

Impacto da comunicação em saúde

 

Para uma maior eficácia da comunicação em saúde é fundamental explorar como as mensagens são formuladas, disseminadas e recebidas pela população, não descurando o papel crescente das tecnologias de informação e redes sociais na disseminação de informações precisas e relevantes.

 

Empoderamento do utente/doente: Uma comunicação eficaz capacita os utentes e doentes a compreender informações relacionadas com a sua saúde, promovendo a autonomia na gestão das suas condições específicas de saúde. A partilha transparente entre profissionais de saúde e doentes constrói uma relação de confiança, facilitando a adesão ao tratamento e a adoção de hábitos saudáveis.

 

Prevenção de doenças: Mensagens claras e acessíveis sobre prevenção de doenças têm um impacto significativo na saúde pública. As campanhas de informação, o material educativo e os programas de sensibilização desempenham um papel vital na redução da incidência de doenças, desde doenças crónicas até infeções sazonais

 

Benefícios da comunicação em saúde

 

Melhor adesão ao tratamento: A comunicação eficaz entre profissionais de saúde e doentes está correlacionada com uma maior adesão ao tratamento. Explicar claramente as instruções, os possíveis efeitos colaterais e a importância do tratamento contribuem para cuidados de saúde eficazes.

 

Reduzir as disparidades na saúde: A comunicação culturalmente sensível aborda as disparidades na saúde, reconhecendo e respeitando as diferenças culturais e linguísticas. Isto é particularmente relevante em Portugal, onde a diversidade étnica e cultural, entre cidadãos nacionais e estrangeiros, é evidente. Uma comunicação adequada melhora o acesso aos cuidados de saúde e reduz as desigualdades.

 

Inovações tecnológicas: O avanço da tecnologia tem vindo a proporcionar novas formas de comunicação em saúde, como telemedicina, aplicativos móveis de saúde e plataformas online. Estas inovações facilitam o acesso a informações de saúde, consultas remotas e monitorização de condições crónicas, ampliando o alcance dos serviços de saúde. É, no entanto, crucial compreender que o ambiente digital também trouxe consigo o desafio da desinformação sobre saúde. É crucial promover fontes de informação fiáveis e educar o público sobre como discernir entre informações precisas e falsas.

 



Conclusão

 

A comunicação em saúde desempenha um papel vital na promoção da saúde e no tratamento eficaz de doenças, bem como no bem-estar no local de trabalho aumento o envolvimento dos colaboradores e a produtividade laboral. Garantir que todos tenham acesso a informação clara e precisa e investir em estratégias de comunicação eficazes não só melhora os resultados de saúde, mas também fortalece a relação entre profissionais de saúde e doentes, promovendo uma sociedade mais saudável e informada.

 

Ao analisar-se o impacto e os benefícios da comunicação de saúde em Portugal, é essencial compreender como os fatores de integração de políticas públicas, promoção e educação em saúde, parcerias estratégicas e uma comunicação eficaz contribuem para moldar positivamente a saúde dos portugueses.

 

 

A sua opinião é importante. Partilhe a sua visão sobre como enfrentar os desafios e as oportunidades tradicionais e emergentes para contribuir para a melhoria da saúde dos portugueses. Obrigado pelos seus comentários!

 

 

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